“SEGURE FIRME!”
A telemedicina parece fácil – converse com seu veterinário, nunca saia de sua poltrona. E às vezes é. Mas às vezes não é.
Como agora. Você já tentou segurar seu cachorro enquanto puxa os lábios dele para trás para expor seus molares posteriores e ao mesmo tempo tenta apontar a câmera do celular para o dente em questão? Usando apenas as três mãos com as quais você nasceu? Tudo isso sem xingar alto o suficiente para o microfone ouvir? Apenas mais um desafio neste dia de isolamento do COVID-19 enquanto tentava mostrar o dente suspeito de Pepe ao meu veterinário – minha primeira consulta por telemedicina!
“O veterinário precisará vê-lo…” sempre foi a resposta padrão BC (Antes do COVID-19), seja a pergunta “Meu cachorro tem tênias – posso obter alguns remédios para vermes?” ou “Ele arrotou – ele pode ter inchaço?” E ainda é, mais ou menos – só que agora o veterinário pode vê-lo sem você sair de casa. Pelo menos às vezes. Pepe acabou tendo que fazer uma visita, mas pelo menos tentamos “ficar em casa” primeiro.
App Time
A telemedicina para humanos vem incentivando suavemente a medicina veterinária a seguir o exemplo há anos, com progresso lento. A crise do COVID-19 substituiu esse empurrãozinho por um chute no traseiro, levando a telemedicina a milhares de consultórios e lares em todo o país. Claro, algum tipo de telemedicina existe há anos, se você contar os acompanhamentos por telefone ou perguntas rápidas. Mas há desvantagens nesse tipo tradicional e informal de telemedicina.
Para começar, telefonemas informais podem sair do controle. Uma “pergunta rápida” se transforma em 20 minutos de “só mais uma coisa”. Por mais que seu veterinário queira ser útil, ele não pode se dar ao luxo de passar seus dias como uma linha de aconselhamento gratuita, ou pior, membro do clube dos corações solitários. Por outro, existe a possibilidade de falha de comunicação. Nem todo cliente faz ótimas anotações pelo telefone. Para combater isso, o veterinário deve transcrever seus conselhos, mais uma vez acrescentando ao fator tempo. E as notas devem ser adicionadas ao prontuário do paciente – todas as quais acontecem “fora do relógio” no que diz respeito ao cliente.
É aí que entram os aplicativos de telemedicina. Dependendo do aplicativo, eles podem cobrar automaticamente o cliente por sessão ou por incrementos de 10 ou 20 minutos, permitir mensagens bidirecionais ou bate-papo por vídeo e disponibilizar um registro da transcrição ou sessão. Ele também permite que você execute uma série de complementos, como agendamento de consultas e reabastecimento de prescrições, tudo dentro de um sistema privado e seguro. Cerca de 15 desses aplicativos estão atendendo a clínicas veterinárias nos Estados Unidos. Uma das maiores, a PetDesk, viu um aumento de 300% no volume de mensagens bidirecionais desde o início da crise, de acordo com a porta-voz Christine Gately-Evans. “Na semana passada, ultrapassamos 47.000 mensagens em uma única semana e nosso volume de mensagens por clínica aumentou 47% desde 16 de março”, diz ela.